Independência do Brasil
Independência do Brasil
A exploração das riquezas brasileiras por Portugal revoltou as elites coloniais, que manifestaram a sua indignação através de diversas rebeliões contra a metrópole.
Algumas revoltas tinham como objetivo apenas modificar os aspectos da dominação portuguesa (Guerra dos Emboabas, Revolta de Vila Rica, Revolta de Beckman e a Guerra dos Mascates); outras tinham o objetivo separar o Brasil de Portugal e estabelecer a Independência do Brasil (Conjuração Mineira e a Conjuração Baiana).
Conjuração Mineira (mais conhecida como Inconfidência Mineira)
Na segunda metade do século XVIII, a economia de Minas Gerais entrou em declínio, pois o ouro estava acabando e os mineiros foram empobrecendo. Mesmo com todos estes problemas, o governo português continuou a exigir pesados impostos de quem vivia na região das minas e atribuiu a queda de produção ao contrabando do ouro.
Quando o governador da capitania (Visconde de Barbacena) anunciou que haveria uma cobrança forçada dos impostos atrasados (derrama), os proprietários das minas de ouro se revoltaram. Logo, a elite começou a se unir para planejar um movimento contra as autoridades portuguesas e a instalação da derrama.
A Inconfidência Mineira contou com a participação de pessoas com um bom nível cultural (boa parte dos líderes, estudou os pensamentos dos grandes filósofos). Porém, um dos poucos homens pobres que participaram do movimento foi Joaquim José da Silva Xavier - o Tiradentes.
Objetivos dos Inconfidentes
- Queriam separar o Brasil de Portugal- criar uma república com capital em São João Del Rei- implantar indústrias- criar uma universidade em Vila Rica- fim da dominação portuguesa sobre o Brasil
- proclamação de uma república democrática,
- abolição da escravidão,
- abertura dos portos brasileiros aos navios de todas as nações
- melhores condições de vida
- "Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto. Diga ao povo que fico".
Porém, havia pouca organização estratégica. Eles não tinham tropas nem armamento para conquistar o poder, além de não contarem com a participação popular.
A fim de conseguir perdão para suas dívidas, o coronel Joaquim Silvério dos Reis denunciou o movimento (é bom ressaltar que ele conseguiu). Visconde de Barbacena suspendeu a derrama e tratou de perseguir e prender os revolucionários.
Os participantes foram julgados e condenados ao degredo perpétuo em colônias da África, só Tiradentes teve sua pena de morte mantida.
Quase 10 anos depois da Inconfidência Mineira, surgiu na Bahia um novo movimento – a Conjuração Baiana. Seus integrantes eram alfaiates, pedreiros, sapateiros e soldados, por esta razão, esse movimento ficou conhecido como Revolta dos Alfaiates.
Objetivo dos revolucionários
Dominação Francesa na Europa
No final do século XIX, vários países europeus estavam sob a dominação de Napoleão Bonaparte(Imperador da França). Os ingleses eram os únicos que tinham a capacidade de resistir já que se protegiam com uma poderosa marinha de guerra.
Não podendo dominar a Inglaterra pela força militar, Bonaparte tentou vencê-la pela força econômica e, em 1806 decretou o Bloqueio Continental (todos os países do continente europeu tinham que fechar seus portos ao comércio inglês).
O príncipe D. João (que governava Portugal) tinha uma relação importante com o mercado inglês e não podia aderir ao Bloqueio. Sua intenção era manter-se neutro no conflito entre franceses e ingleses, mas os exércitos franceses não aceitaram tal indefinição, e invadiram Portugal, com o apoio da Espanha.
Sem condições de reagir, D. João e a Corte portuguesa fugiram para o Brasil, sob proteção naval inglesa.
No dia 28 de janeiro de 1808, D. João decretou a Abertura dos Portos ao comércio internacional. Esta atitude beneficiou os produtos ingleses, pois teriam o mercado brasileiro como consumidor potencial.
Em 1815, o Brasil foi elevado à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves, com isso o Brasil deixava de ser colônia de Portugal e adquiria autonomia administrativa.
Com a vitória dos revoltosos na Revolução Liberal (1820, em Portugal), uma nova constituição de caráter liberal foi elaborada limitando o poder de D. João VI, que não gostou nem um pouco e quis continuar no Brasil, porém tropas portuguesas que estavam no Rio de Janeiro obrigaram-no a voltar para Portugal. Antes de voltar, D. João deixou seu filho Pedro como Príncipe Regente do Brasil.
Porém, para recolonizar o Brasil, os membros da corte de Lisboa tomaram medidas para enfraquecer a autoridade de D. Pedro e depois começaram a exigir a volta do Príncipe Regente a Portugal.
Os grandes proprietários com medo de prejudicar seus negócios, uniram-se a D. Pedro, que deveria desistir, resistir e desobedecer as ordens que chegavam de Lisboa. Surgia então, o Partido Brasileiro, formado por várias pessoas que se uniram para enfrentar a corte e seu projeto de recolonizar o Brasil.
Essas pessoas elaboraram um documento com 8000 assinaturas pedindo a D. Pedro que ficasse no país.
Após alguns meses, assinou um decreto declarando que as ordens vindas das cortes só seriam cumpridas mediante sua autorização. Este impasse acabou por gerar o rompimento político com Portugal.
No dia 7 de setembro de 1822, foi proclamada em São Paulo, às margens do Rio Ipiranga (na verdade, era apenas um riacho), oficialmente a Independência do Brasil.
Quando voltou ao Rio, o príncipe foi aclamado Imperador e coroado com o titulo de D. Pedro I, em 1º de dezembro de 1822.
A Independência do Brasil favoreceu grandes proprietários de terras e grandes comerciantes locais. A separação tinha como objetivo preservar a liberdade de comércio e a autonomia administrativa do país, porém o restante da população ficou na mesma situação e a escravidão, infelizmente, continuava.
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CURIOSIDADES:
- A maçonaria no processo de Independência
A Independência do Brasil não teria sido possível sem a interferência da maçonaria. Desde o século XVIII havia maçons no Brasil, e muitos deles envolveram-se em movimentos políticos contra a Coroa Portuguesa. Foi o caso da Inconfidência Mineira, por exemplo.
Em 17 de junho de 1822, quando a reação brasileira às pretensões das cortes portuguesas já estava em seu auge, houve a criação da organização maçônica Grande Oriente Brasílico, que se apartava do Grande Oriente Lusitano, que já tinha lojas maçônicas no Brasil. D. Pedro I, em 2 de agosto de 1822, foi iniciado em uma das lojas tipicamente brasileiras, chamada “Comércio e Artes”, adotando o codinome de Guatimozin. Os articuladores da Independência eram maçons e faziam parte do Grande Oriente Brasílico. Entre os principais, estavam José Bonifácio de Andrada e Silva, Joaquim Gonçalves Ledo e José Clemente Pereira. Os três foram responsáveis por convencer D. Pedro a aderir de vez à causa da Independência, ainda que Bonifácio fosse rival dos dois últimos.
- O “Fico” e a Rebelião de Avilez
Desde o fim do ano de 1821, Pedro I passou a receber sequenciais ultimatos das cortes portuguesas para voltar a Portugal. O então príncipe regente esteve prestes a regressar, mas foi convencido a permanecer no país por meio de uma mobilização organizada pelo mesmo grupo de maçons que mencionamos acima.
A oficialização da opção de Pedro I ocorreu no dia 9 de janeiro, que ficou conhecido como “dia do Fico”. O oficial português encarregado de ultimar Pedro I era Jorge Avilez Tavares, que era governador das Armas da Corte e Província do Rio de Janeiro. Após a decisão do príncipe, Avilez amotinou-se com cerca de 2.000 soldados a fim de tentar derrubar o príncipe. Pedro I, então, ordenou que cerca de 10.000 soldados da Guarda Real cercassem o motim. Derrotado, Avilez teve que acatar a ordem dada por D. Pedro de voltar para Portugal.
- Manifestos de agosto de 1822
- Decreto de Independência do Brasil foi assinado por D. Leopoldina
Em 13 de agosto de 1822, Pedro I nomeou sua esposa, Leopoldina da Áustria, Chefe de Estado e Princesa Regente interina do Brasil. Fez isso porque precisava partir em viagem à província de São Paulo a fim de resolver por lá alguns conflitos políticos que poderiam inviabilizar o processo de Independência. Pedro I permaneceria em São Paulo até 5 de setembro. Entretanto, o clima nas Cortes, em Lisboa, já estava bastante tenso, sobretudo após Pedro I ter se recusado a voltar para o país natal. Após receberem mais um ultimato, Leopoldina, na condição de chefe político interino, convocou o Conselho de Estado no Rio de Janeiro e assinou, em 2 de setembro, um decreto declarando o Brasil oficialmente separado de Portugal.
- Distúrbios intestinais de D. Pedro I no dia 7 de setembro
Pedro I, como dissemos acima, estava em visita à Província de São Paulo na ocasião da ruptura definitiva entre Brasil e Portugal. Em 5 de setembro, ainda sem lhe ter chegado a notícia, ele partia de volta ao Rio de Janeiro. Entretanto, no dia 7 (dia do “grito do Ipiranga”), cavalgando com sua comitiva, o príncipe regente passou a sofrer recorrentes crises de disenteria, que são narradas pelo historiador Otávio Tarquínio de Sousa:
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