O fim da Monarquia e a Proclamação da Republica
No final da década
de 1880, a monarquia brasileira acabou acumulando enormes desconfortos. Estava
com os dias contados, já encontrava-se numa situação de crise, pois
representava uma forma de governo que, na prática, já não correspondia mais às
mudanças sociais em processo. Fazia-se necessário a implantação de uma nova
forma de governo, que fosse capaz de fazer o país progredir e avançar nas
questões políticas, econômicas e sociais. Talvez a crise do sistema
monárquico brasileiro possa ser explicada através de algumas evidências que são
reconhecidamente motivadoras do surgimento das novas ondas da República:
1) Transição do trabalho escravo para o trabalho assalariado:
A Lei Euzébio de Queirós (1850) tornava a importação de escravos crime
de pirataria e provocou uma crise na mão de obra escrava, por falta de
reposição desta mão de obra, havendo assim a gradual entrada mão de obra
imigrante (livre). A crise da escravidão significa a crise da Monarquia
escravista
2) Surto industrial e crescimento urbano:
Com a proibição da importação de escravos os capitais aplicados nesta
atividade são investidos em outros setores econômicos tipicamente urbanos como
a indústria e obras de infra-estrutura (ferrovias, bancos, portos, etc.) Com
este crescimento urbano cresce uma população marginalizada politicamente, sem
direitos políticos, pois só os ricos tinham direitos políticos (o voto era
censitário) e passam a apoiar a república, que defendia o sufrágio universal
(voto de todos homens livres e maiores de idade).
3) Ascensão econômica da burguesia cafeicultora paulista:
Como a burguesia cafeicultora paulista utilizava como mão de obra a
imigrante (livre) não sofreu com a crise da mão de obra escrava, que
predominava no Vale do Paraíba (RJ). Assim, enquanto a elite cafeeira
fluminense entra em decadência, a elite cafeeira paulista está em ascensão
econômica.
Obtendo poder econômico ela vai desejar obter o poder político, ou seja,
o controle do Estado brasileiro. Só que a monarquia escravista era dominada
pela elite cafeeira fluminense, o que significa que para a burguesia paulista
ter o controle do Estado deveria derrubar a monarquia, por isto esta elite
torna-se republicana, como forma de obter o controle do Estado brasileiro, e
federalista (autonomia política e econômica para as províncias) como forma de
se opor ao unitarismo (rígido controle político da capital) imperial.
4) A “Questão militar”
Com a Guerra do Paraguai, tornou-se evidente a importância do exército
que, a partir de então, passa a exigir um espaço político que lhe era negado
pela monarquia. Basta dizer que a monarquia privilegiava a Guarda Nacional, e
não o exército. Houve uma série de acontecimentos em que os militares demonstraram
descontentamento com a monarquia, chamada genericamente de “questão militar”.
Os militares passam a apoiar a República para adquirirem um comando político do
Estado. É importante também destacar que entre os militares havia forte
presença do Positivismo, ideologia de caráter modernizador e cientificista, que
não se coadunava com a postura tradicionalista da monarquia.
5) A “Questão religiosa”
No Império havia o Padroado (a igreja era sustentada pelo Estado) e o
Imperador exercia o beneplácito (direito de vetar as ordens papais). O Papa Pio
IX escreveu a Bula (carta papal) Syllabus proibindo os católicos de participar
da maçonaria. Esta bula foi vetada por Pedro II, no entanto, dois bispos (o de
Belém e de Olinda) tentaram impô-la, indo contra a ordem do imperador. Eles
foram presos e posteriormente anistiados (perdoados), mas ficou um mal-estar
entre a Igreja e o império, pois muitos católicos passaram a considerar o
Padroado como uma intromissão do Estado na igreja e a apoiarem a república que
defendia o Estado laico, no qual há a separação entre igreja e Estado, achando
assim que a igreja teria uma liberdade que lhe era negada pelo padroado.
6) A abolição da escravidão e a reação da elite cafeeira fluminense:
Quando a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea (13 de maio de 1888) a
escravidão não era fundamental para a economia do país. No entanto, a elite
cafeeira fluminense relutou em aceitar o fim da escravidão, pois o escravo é
uma mercadoria e o simples fim da escravidão, sem indenização aos senhores
escravistas, significaria perdas econômicas para os senhores de escravos. A
abolição foi feita sem a indenização aos senhores de escravos, o que fez com
que a burguesia cafeeira fluminense, de base escravista, deixasse de apoiar a
monarquia. Neste momento, a monarquia encontra-se isolada. Nenhum grupo
político importante a apoia.
E, em 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca proclama a
República.
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CURIOSIDADES
- A Proclamação da República foi um levante político-militar ocorrido em 15 de novembro de 1889 que instaurou a forma republicana federativa presidencialista de governo no Brasil, derrubando a monarquia e, por conseguinte, pondo fim à soberania do Imperador Dom Pedro II.
- O primeiro a dar o grito da República foi o sargento-mor e vereador de Olinda Bernardo Vieira de Melo. O militar lançou a proposta em 10 de novembro de 1710 porque estava insatisfeito com a exploração abusiva do país pelos monarcas portugueses. O pedido foi rejeitado.
- Ao proclamar a República, Deodoro da Fonseca estava com um ataque de dispneia. Foi tirado da cama no meio da noite para comandar o cerco ao Ministério. Foi sem a espada, porque seu ventre estava muito dolorido. O cavalo baio que usou não foi mais montado até a sua morte, em 1906.
- Deodoro havia decidido apoiar os republicanos quatro dias antes. “Eu queria acompanhar o caixão do imperador, que está idoso e a quem respeito muito. Mas o velho já não regula bem, Portanto, já que não há outro remédio, leve à breca a Monarquia. Que venha, pois, a República”, disse.
- Quando passou pelo portão do Ministério da Guerra, o marechal acenou com o quepe e ordenou às tropas que se apresentassem. As tropas se perfilaram e ouviram-se os acordes do Hino Nacional. Estava proclamada a República. Não houve derramamento de sangue.– Mesmo depois de proclamada a República, ninguém quis levar o telegrama com a notícia para D. Pedro II, que estava em seu palácio em Petrópolis. No meio da noite, o major Sólon Ribeiro foi ao encontro do Imperador, que teve que ser acordado.
- Com medo de manifestações a favor da monarquia, os líderes do movimento pediam que D. Pedro II e sua família partissem naquela mesma madrugada. Dizem os relatos que a Imperatriz Tereza Cristina chorou, que Isabel ficou muda e que o Imperador apenas soltou um desabafo: “Estão todos loucos!”
- Antes de viajar, no dia 17 de novembro, D. Pedro II escreveu uma mensagem: “Cedendo ao império das circunstâncias, resolvo partir com toda a minha família para a Europa amanhã […] Ausentando-me, conservarei do Brasil a mais saudosa lembrança, fazendo votos por sua grandeza e prosperidade.”
- No momento de embarcar, o imperador recebeu um convite de seu sobrinho, D. Carlos, rei de Portugal, colocando à sua disposição um dos seus palácios em Lisboa. Pedro agradeceu, mas não aceitou a oferta. Anos depois, Pedro II morreu deitado num travesseiro que ele encheu com terra brasileira.
- No dia 5 de dezembro de 1889, o navio Alagoas chegou a Lisboa. A viagem da família real durou 18 dias. Apesar de ter sido recebido com honras, ele preferiu se hospedar com a imperatriz Teresa Maria num hotel na cidade do Porto. Depois de 23 dias, Teresa Cristina faleceu no quarto do hotel.
BIBLIOGRAFIA:
https://historiadigital.org/curiosidades/10-curiosidades-sobre-a-proclamacao-da-republica/
Gracias por compartir!
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